“Mais vale ser pirata do que entrar para a Marinha.” Era este o mote inicial da indústria que viria a mudar o mundo. Hoje, os antigos piratas comandam a Armada. Ao lado de Trump, moldam o mundo aos seus interesses. Sempre houve milionários a usar meios de comunicação para influenciar a política a bem dos seus negócios. Mas nunca concentraram tanta riqueza e poder
Um ano antes da apresentação do que viria a ser a imagem de marca da Apple durante décadas, o Macintosh, os principais engenheiros da empresa reuniram-se num retiro para voltar às “raízes”. Sete anos depois de Steve Jobs fundar a companhia, já sentiam as dores de crescimento de um negócio nascido numa garagem. Na parede, estava afixada uma bandeira pirata, representando a contracultura que marcava o início de uma indústria que, como eles antecipavam, mudaria o mundo. O mote para o encontro refletia o espírito à margem do sistema: “Mais vale ser pirata do que entrar para a Marinha.” Lembrei-me da frase ao ver, no beija-mão a Trump, o friso da nova oligarquia mundial. Em quatro décadas, os outsiders que iriam desafiar a ordem instalada concentram o poder de moldar o mundo aos seus interesses. “Agora querem ser todos meus amigos”, gabou-se o novo imperador. A elite que conta está com Trump. A que ainda não está, estará. E os antigos piratas comandam a Armada.
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