Um responsável governamental israelita reconheceu, ouvido pelo Expresso, sob condição de anonimato, que “dois dos três objetivos da guerra não foram cumpridos”. Essas metas eram libertar todos os reféns, eliminar a capacidade militar do Hamas e garantir novo Governo em Gaza. Se o primeiro está por concluir, mas foi iniciado — desde o início do cessar-fogo, regressaram a casa sete mulheres, feitas reféns nos ataques do Hamas a 7 de outubro de 2023, tendo o grupo terrorista adiantado que há oito mortos entre os reféns por libertar —, a aniquilação militar do Hamas suscita dúvidas, e, quanto à possibilidade de outro grupo ou partido governar Gaza, é horizonte longínquo.
O alto funcionário israelita garante que o Hamas “violou o acordo mesmo antes de este começar”: os termos incluíam o fornecimento de uma lista dos nomes dos primeiros reféns a serem libertados. “Deveria ter acontecido às 16h de sábado, mas só nos deram os nomes no domingo, às 11h15”, referiu, familiarizado com o processo. “Este é o acordo com que concordaram, que assinaram, e violaram-no”, lamentou, denunciando que o Hamas tem sido reticente em elencar as condições em que estão as pessoas em cativeiro. “Não é apenas a agonia, a tortura e o tormento em que deixam as famílias dos reféns, não é só a manipulação das suas mentes e o terror psicológico. Não são um grupo em que se possa confiar, e este é um acordo complicado.”
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