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Guerra no Médio Oriente

Responsável do Governo israelita diz que objetivos da guerra não se cumpriram: “A comunidade internacional tem de forçar o Hamas a sair”

Libertação de reféns a 25 de janeiro
Libertação de reféns a 25 de janeiro
Chris McGrath
Um alto funcionário do Governo de Israel disse, em conversa à porta fechada com um grupo restrito de jornalistas, em que o Expresso se inclui, que o preço a pagar pelo acordo de cessar-fogo em Gaza é “muito elevado”. Também admitiu, confrontado com o plano de Donald Trump para esvaziar a Faixa, que é preciso “ser criativo para encontrar soluções”, ainda que não tenha concordado abertamente com a ideia

Um responsável governamental israelita reconheceu, ouvido pelo Expresso, sob condição de anonimato, que “dois dos três objetivos da guerra não foram cumpridos”. Essas metas eram libertar todos os reféns, eliminar a capacidade militar do Hamas e garantir novo Governo em Gaza. Se o primeiro está por concluir, mas foi iniciado — desde o início do cessar-fogo, regressaram a casa sete mulheres, feitas reféns nos ataques do Hamas a 7 de outubro de 2023, tendo o grupo terrorista adiantado que há oito mortos entre os reféns por libertar —, a aniquilação militar do Hamas suscita dúvidas, e, quanto à possibilidade de outro grupo ou partido governar Gaza, é horizonte longínquo.

O alto funcionário israelita garante que o Hamas “violou o acordo mesmo antes de este começar”: os termos incluíam o fornecimento de uma lista dos nomes dos primeiros reféns a serem libertados. “Deveria ter acontecido às 16h de sábado, mas só nos deram os nomes no domingo, às 11h15”, referiu, familiarizado com o processo. “Este é o acordo com que concordaram, que assinaram, e violaram-no”, lamentou, denunciando que o Hamas tem sido reticente em elencar as condições em que estão as pessoas em cativeiro. “Não é apenas a agonia, a tortura e o tormento em que deixam as famílias dos reféns, não é só a manipulação das suas mentes e o terror psicológico. Não são um grupo em que se possa confiar, e este é um acordo complicado.”

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