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Igualdade

"Eles não trabalham e vivem de subsídios" é o tipo de frase que aumenta as atitudes discriminatórias em 12%

"Eles não trabalham e vivem de subsídios" é o tipo de frase que aumenta as atitudes discriminatórias em 12%
Ana Baiao

Estudo analisou o impacto do discurso político contra a comunidade cigana em Portugal e concluiu que a retórica utilizada pelo Chega é eficaz. A nível nacional, a prevalência da discriminação contra esta minoria é estimada em 30%

"Eles não trabalham e vivem de subsídios" é o tipo de frase que aumenta as atitudes discriminatórias em 12%

Tiago Soares

Jornalista

"Eles não trabalham e vivem de subsídios" é o tipo de frase que aumenta as atitudes discriminatórias em 12%

Sofia Miguel Rosa

Jornalista infográfica

Recentemente, investigadores juntaram dois grupos de portugueses com características socio-demográficas idênticas. A ambos os grupos foi pedido que dessem a sua opinião sobre se as medidas de apoio social deveriam aumentar, diminuir ou ficar na mesma. Com uma diferença: nada foi dito antes da pergunta ao primeiro grupo, enquanto o segundo só respondeu ao inquérito depois das pessoas serem confrontadas com esta frase:

"[Há] grupos sociais que beneficiam continuamente de apoios sem dar qualquer contrapartida para a sociedade, à custa de impostos mais altos e do esgotamento dos contribuintes.”

Pedro Magalhães, investigador no Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa e especialista em opinião pública e comportamentos políticos, explica desta forma a diferença nos resultados obtidos: “Quando [as pessoas são] expostas a um discurso político que coloca em causa a ideia de reciprocidade nos benefícios sociais, mesmo que esse discurso não mencione a comunidade cigana, a probabilidade de aderirem a uma intenção discriminatória em relação aos ciganos aumenta em 12 pontos percentuais."

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